Segundo Bonilla (2005, p.13) os entendimentos
que se tem sobre o processo de educação não conseguem fugir da racionalidade
que surgiu com a escrita e é realmente desta forma que a maioria dos educadores
repassa o conhecimento. Talvez porque não consigam abranger a racionalidade de
que o pensamento da escrita e fala pode ser incorporada às novas formas de
organização e produção do conhecimento que estão emergindo com as tecnologias
atuais.
Para Betts (1998, p.
26) é importante ter como base de que estas tecnologias educacionais sem um
objetivo concreto é inválida. Conforme suas palavras:
Não podemos isolar a tecnologia do conjunto da prática
educativa, porque, por si só, é burra. Existe a necessidade de intervenção de
uma ação docente para que ocorra a construção do conhecimento. Nós, seres
humanos, somos por natureza seres aprendentes e, conscientemente ou não, os
facilitadores da construção do nosso próprio conhecimento. (1998, p. 26).
Analisando de forma holística, além das tecnologias contribuírem
no aprendizado em sala de aula, fora dela, contribuiriam como complementação
nas tarefas extras dos professores, como no preparo de provas e trabalhos,
materiais atualizados disponíveis da internet, preenchimentos dos cadernos de
chamada e auxílio em afazeres administrativos.
Enfim, torna-se imprescindível para os professores
buscarem essas facilidades, pois o objetivo dessas ferramentas é serem usadas
como meio e não como fim em si mesma, ou seja, devem ser vistas como um recurso
complementar e necessário.
Com relação a esta interatividade, Menezes (2010, p. 122)
afirma:
Os sistemas de comunicação evoluem com extrema rapidez e
essa dinâmica é parte da vertiginosa modernidade em que estamos imersos. Não
podemos nos deslumbrar com essas novidades ou ficar apreensivos pelo perigo de
que substituam nossa função de educar. Mas não devemos ignorar as
possibilidades que eles abrem para aperfeiçoar nosso trabalho, como o acesso a
sites de apoio e atualização pedagógica ou a programas interativos para alunos
com dificuldades de aprendizagem. (2010, p.122).
Portanto, não há pretextos para se desconhecer o uso das
tecnologias no ambiente escolar, a não ser que esse recurso não possa ser usado
de forma a gerar resultados no processo de ensino-aprendizagem melhores do que
os que estão sendo apresentados.
Para Menezes (2010, p. 122) não se pode cobrar um bom
desempenho das escolas se elas estiverem décadas atrás do que já se tornou
trivial nas práticas sociais, e isto é uma realidade, pois há escolas com salas
de informática onde a estrutura física aparentemente sustenta a ideia de escola
munida de tecnologias, porém não há apropriação das mesmas, o que acaba
tornando o uso obsoleto, uma vez que os professores muitas vezes não estão
preparados para utilizar estas tecnologias.Finalizando: a interatividade dos
alunos com as tecnologias são mais avançadas do que muitas vezes possam ter
seus professores ou pais, uma vez que esses alunos nasceram na era da
informação e muitos possuem maior habilidade em entender a linguagem virtual do
que a textual, que utiliza diferentes tecnologias digitais. Portanto, de novas
linguagens que fazem parte do cotidiano dos alunos e das escolas. Isso não
significa que a educação atual seja pior ou ultrapassada, mas a realidade em
que o aluno está imerso está mudando e a escola precisa acompanhar esta
evolução.