sábado, 15 de junho de 2013

Inclusão Digital: cooperação ou interação na rede?



Esse texto abordará uma questão polêmica nos dias atuais: a Inclusão Digital como objeto de cooperação e interação na rede. Para dirimir tal polêmica buscou-se conhecer o que dizem autores de diversas áreas do conhecimento, que darão suporte de sustentação ao estudo em pauta, obtendo-se assim, uma visão mais holística do tema. Concomitantemente, irá se analisar a escola como espaço de interação e comunicação buscando-se comprovar que nos dias atuais, as tecnologias de rede precisam ser inseridas no cotidiano escolar com mais ênfase. Será preciso valorizar-se o aprendizado através das mídias digitais, nas suas diversas formas de pensar e interagir por meio das TICS. E, como parte desse processo, tais tecnologias necessitam ser apropriadas, entendidas e, apreendidas  pelos professores, que exercem papel fundamental no processo ensino aprendizagem. Aí surge um problema: os cursos de formação de professores, não incluem em seus currículos o emprego das Tics como forma de ensinar, ocasionando um despreparo do docente. O que se verifica na prática, é que ainda hoje, a maioria dos alunos convive e domina mais a tecnologia e faz mais uso da mesma que seus professores. Há muitos deles que resistem em aprender e a utilizar a linguagem digital. Eles não se deram conta ainda, de que o analfabeto do futuro será o que não domina a tecnologia.Felizmente, aos poucos, as escolas tem buscado incluir em seus currículos iniciativas que abrem caminhos para a linguagem cibernética, para que a tecnologia seja mais conhecida e inserida e que haja mais interatividade com o ciberespaço. E, há muitos professores que buscam capacitar-se e aperfeiçoar-se no uso das Iics. Também não podemos deixar de mencionar que, muitas vezes, devido à falta de infraestrutura nas escolas ou pouco incentivo por parte dos envolvidos na gestão do processo educacional ainda haja pouca interatividade com o ciberespaço.Desse modo, ao entender que a inclusão digital tem um papel muito importante na cooperação e interação com o processo de aprendizagem,dou meu testemunho pessoal. Poderia citar diversas pesquisas de campo que corroboram com minha preocupação, porém optei em compartilhar com meus colegas de turma, todos eles muito jovens, essa inquietação é que me faz participar de cursos de inclusão digital mesmo estando no final de carreira, com 52 anos vida profissional dedicados ao exercício no magistério e chegando aos 67 anos de idade. As dificuldades são muitas, porém a vontade de superá-las é maior e, o fato de a escola não ter absorvido totalmente as condições de usufruir de novas tecnologias, me preocupa, porque o ensino tradicional ainda é muito utilizado, pois os professores não possuem a visão de que inserir uma tecnologia em sala de aula complementaria a aprendizagem dos conteúdos.
 Segundo Bonilla (2005, p.13) os entendimentos que se tem sobre o processo de educação não conseguem fugir da racionalidade que surgiu com a escrita e é realmente desta forma que a maioria dos educadores repassa o conhecimento. Talvez porque não consigam abranger a racionalidade de que o pensamento da escrita e fala pode ser incorporada às novas formas de organização e produção do conhecimento que estão emergindo com as tecnologias atuais.
Para Betts (1998, p. 26) é importante ter como base de que estas tecnologias educacionais sem um objetivo concreto é inválida. Conforme suas palavras:
Não podemos isolar a tecnologia do conjunto da prática educativa, porque, por si só, é burra. Existe a necessidade de intervenção de uma ação docente para que ocorra a construção do conhecimento. Nós, seres humanos, somos por natureza seres aprendentes e, conscientemente ou não, os facilitadores da construção do nosso próprio conhecimento. (1998, p. 26).
Analisando de forma holística, além das tecnologias contribuírem no aprendizado em sala de aula, fora dela, contribuiriam como complementação nas tarefas extras dos professores, como no preparo de provas e trabalhos, materiais atualizados disponíveis da internet, preenchimentos dos cadernos de chamada e auxílio em afazeres administrativos.
Enfim, torna-se imprescindível para os professores buscarem essas facilidades, pois o objetivo dessas ferramentas é serem usadas como meio e não como fim em si mesma, ou seja, devem ser vistas como um recurso complementar e necessário.
Com relação a esta interatividade, Menezes (2010, p. 122) afirma:
Os sistemas de comunicação evoluem com extrema rapidez e essa dinâmica é parte da vertiginosa modernidade em que estamos imersos. Não podemos nos deslumbrar com essas novidades ou ficar apreensivos pelo perigo de que substituam nossa função de educar. Mas não devemos ignorar as possibilidades que eles abrem para aperfeiçoar nosso trabalho, como o acesso a sites de apoio e atualização pedagógica ou a programas interativos para alunos com dificuldades de aprendizagem. (2010, p.122).
Portanto, não há pretextos para se desconhecer o uso das tecnologias no ambiente escolar, a não ser que esse recurso não possa ser usado de forma a gerar resultados no processo de ensino-aprendizagem melhores do que os que estão sendo apresentados.

Para Menezes (2010, p. 122) não se pode cobrar um bom desempenho das escolas se elas estiverem décadas atrás do que já se tornou trivial nas práticas sociais, e isto é uma realidade, pois há escolas com salas de informática onde a estrutura física aparentemente sustenta a ideia de escola munida de tecnologias, porém não há apropriação das mesmas, o que acaba tornando o uso obsoleto, uma vez que os professores muitas vezes não estão preparados para utilizar estas tecnologias.Finalizando: a interatividade dos alunos com as tecnologias são mais avançadas do que muitas vezes possam ter seus professores ou pais, uma vez que esses alunos nasceram na era da informação e muitos possuem maior habilidade em entender a linguagem virtual do que a textual, que utiliza diferentes tecnologias digitais. Portanto, de novas linguagens que fazem parte do cotidiano dos alunos e das escolas. Isso não significa que a educação atual seja pior ou ultrapassada, mas a realidade em que o aluno está imerso está mudando e a escola precisa acompanhar esta evolução.