segunda-feira, 22 de julho de 2013

LEITURA E ANÁLISE DE TEXTOS


   
A análise de texto significa estudar, decompor, dissecar e dividir para interpretá-lo. Cada parte do texto deve ser analisada, buscando-se os elementos chaves do autor e a relação entre as partes constituintes. A decomposição dos elementos essenciais e a sua classificação nos leva até a ideia-chave, que é o conjunto de ideais mais precisas.
O objetivo da análise do texto é: aprender a ler, a ver, a escolher o mais importante dentro do texto e familiarizar-se com os termos técnicos, ideias, etc.; hierarquizar o conteúdo do texto; perceber que as ideias se relacionam e, identificar as conclusões e as bases que as sustentam.
 Partes da análise do texto:
(a)     dos elementos constituintes básicos,
(b)     das relações entre esses elementos,
(c)     da estrutura do texto.
Tipos de análise do texto:

 
 



TEXTUAL: breve explicação do professor com a primeira leitura pelo aluno. Sucessivas leituras permitirão a identificação  de palavras e parágrafos chaves. O significado das palavras desconhecidas, assim como termos técnicos é procurado no dicionário.
TEMÁTICA: é individual. Permite maior compreensão do texto, a associação de idéias do autor com as preexistentes no conhecimento do estudante. Avaliação da coerência interna do texto. Elaboração do resumo para discussão em sala de aula.
PROBLEMATIZAÇÃO: Atividade em grupo. As questões implícitas e explícitas no texto são levantadas e debatidas.
CONCLUSÃO PESSOAL: Individual. Reelaboração do que foi entendido do texto, resultando num resumo próprio que também uma crítica e reflexão pessoal.
A leitura do texto deve incluir várias leituras:
  • Primeira: serve  para organizar o texto na mente do aluno.
  • Segunda: Sublinhar as idéias principais  e as palavras-chaves (COM DOIS GRIFOS).
            Os trechos mais importantes da idéia desenvolvida são assinalados no texto com uma linha vertical na margem. O que consideramos passível de crítica, objeto  de reparo ou insustentável dentro do raciocínio desenvolvido, destacamos com um ponto de interrogação (?).
Assuntos ou palavras-chaves distintas no texto (assuntos secundários) podem ser grifados com cores diferentes.
A elaboração de um ESQUEMA:
Após várias leituras, com o auxílio de dicionários, torna-se mais fácil à elaboração de um esquema. Trabalhamos então com a hierarquização das palavras-chaves, frases e parágrafos importantes, ligando as idéias sucessivas dos raciocínios desenvolvido pelo autor. A elaboração de um resumo envolve um sentido mais completo entre os parágrafos,  indicam mais do que um tópico, mas são condensados para a apresentação. O resumo facilita o trabalho de captar, analisar, relacionar, fixar e integrar aquilo que se está estudando, e serve  para fixar e expor o assunto, inclusive numa prova.
EXEMPLO DE ESQUEMA E RESUMO:
ANDRADE, Manoel Correia de. Geografia, Ciência da Sociedade: uma introdução “a análise do pensamento geográfico. São Paulo. Ed. Atlas, 1987. p.11-19”.
ESQUEMA:
1. A Geografia como ciência.
1.1              O que é Geografia.
1.2              A Geografia e o problema da interdisciplinaridade.
1.3              A unidade e a diversidade em Geografia.
1.4              O caráter social da ciência geográfica
PALAVRAS-CHAVE: Geografia. Ciência. Positivistas. Conhecimento geográfico. Sociedade. Natureza. Objeto da Geografia. Ratzel. Reclus. Espaço vital. Luta de Classes. Geografia dos exploradores, vulgar e das universidades. Neopositivistas. Matemática Regional. Geografia Crítica ou Radical. Formação econômica-social. Interdisciplinaridade. Diversidade. Sociologia. Antropologia. Economia Política. Psicologia. Etnologia. História. Geologia. Pedologia. Mineralogia. Hidrologia. Meteorologia. Astronomia. Oceanografia. Técnicas Cartográficas e Estatísticas. Ramos do Conhecimento e especializações da Geografia. Geografia Física. Geografia Humana. Especialização. Ciência Social.
EXEMPLO DE RESUMO:
“Parte do conhecimento geográfico foi organizado a partir do século XIX em ciência geográfica, aos moldes da divisão positivista da ciência”. Naquele momento, a Geografia limitou-se a descrever a superfície da Terra e prestou serviços ao expansionismo colonial.
No século XX passou a significar a ciência que estudava a distribuição dos fenômenos físicos, biológicos e humanos na superfície da Terra e, posteriormente, adotou técnicas quantitativas (matemáticas e estatísticas) e serviu a governos, por vezes, autoritários. Mais recentemente, ela busca estudar as relações existentes entre a Sociedade e a Natureza, utilizando categorias dialéticas e marxistas.
A análise da ação da sociedade no espaço requer conhecimento das seguintes áreas: Sociologia, Antropologia, Economia Política, Psicologia, Etnologia, Geologia, Pedologia, Mineralogia, Hidrologia, Meteorologia, Astronomia e Oceanografia.


As especializações do conhecimento geográfico e a tendência que vem ocorrendo estão levando a Geomorfologia, a Hidrografia, Climatologia, Biogeografia e a Geografia Política a se transformarem em ciências autônomas. O aumento do conhecimento da ciência geográfica e a tendência à subdivisão levaram às especializações, e como consequência, à quebra da unidade da Geografia. A preocupação dos geógrafos, atualmente, é reverter  esta divisão, e a da Geografia Humana e Geografia Física, através da explicação da organização espacial das formações econômico-sociais-sociais (Sociedade e Natureza). “O autor concebe a Geografia como uma ciência social  por esta estudar a relação entre a Sociedade e a Natureza na construção do espaço, podendo esta ciência auxiliar nas formas dessa relação”. (CARVALHO, M. S.)
 (Observe quantas palavras-chaves foram utilizadas!).
 FICHAMENTO E RESUMOS.
Ao iniciarmos uma pesquisa, uma das primeiras atividades a ser realizada, após a escolha do tema, é a pesquisa bibliográfica e a elaboração de fichas e resumos. De acordo com LAKATOS & MARCONI (1990, p. 43), a PESQUISA BIBLIOGRÁFICA compreende oito fases distintas:
escolha  do tema;
  • elaboração do plano de trabalho;
  • identificação;
  • localização;
  • compilação;
  • fichamento;
  • análise e interpretação;
  • redação.
 As fichas devem conter cabeçalho, referência bibliográfica e o texto em si.
O fichamento NÃO É:
         um sumário ou índice do livro ou  texto. Ele é redação sucinta das ideias do texto.
         uma transcrição de parte ou do texto. Ele é uma interpretação que o leitor faz da obra e, por isso, redigida com suas próprias palavras.
         Ele, porém, apresenta mais informações do que a ficha bibliográfica.
Muitos professores confundem o fichamento com resumos e análises de textos, passando aos alunos uma ideia equivocada. O sistema de fichamentos foi criado pelo Abade Rozier, da Academia Francesa de Ciências no século XVII e atualmente  você pode escolher entre vários tipos de fichas de tamanhos diferentes. No cabeçalho deve constar o tema de interesses da pesquisa.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA E BIBLIOGRAFIA:
A referência bibliográfica é a identificação do texto analisado de acordo com as normas da ABNT (podendo vir como o conhecido pé de página ou no final do texto, antes da bibliografia).
Na Biblioteca Central da UEL existe pessoal especializado para orientação no setor de Referência.
A Referência Bibliográfica é diferente da Bibliografia. Se eu cito algum autor no meu texto, eu tenho de fazer também a referência bibliográfica. A Bibliografia sempre deve constar num trabalho, pois é muito difícil se fazer um trabalho de pesquisa sem ter consultado artigos e livros escritos por autores.
NÃO SE ESQUEÇA: Se você quiser reproduzir um trecho do texto analisado, deve colocá-lo entre aspas (““) seguidas das informações da obra citada: ano e página. Em alguns editores de texto há até o estilo de citação. Mas atenção, "copiar" um texto de outro autor e não dizer que é uma citação, é considerado fraude, plágio e é crime. Nada desmerece o seu trabalho se você citar alguém. Pelo contrário, demonstra que você pesquisou e fez um bom trabalho.
RESUMOS.
Ao se fazer um resumo buscamos apresentar, de maneira enxuta, destacando os elementos de maior importância o que o autor escreveu no texto.
Segundo LAKATOS & MARCONI (1990, p.67), várias leituras são necessárias para a elaboração do RESUMO. Na primeira leitura fazemos um esboço, tentado perceber o plano geral da obra e o seu desenvolvimento. Na segunda leitura devemos responder a seguinte pergunta: De que trata o texto? Qual é a sua ideia central?
Na terceira leitura identificamos as partes principais do texto, ao compreendermos as ideias descritas já identificamos as diferentes partes que o compõem.
Aplicando a técnica de análise de texto, identificamos as palavras-chaves e os parágrafos chaves.
BIBLIOGRAFIA: Este exemplo é de como eu disponho corretamente a bibliografia que usei para fazer este meu texto,  no caso, um livro de duas autoras. Quando é um artigo num boletim ou num livro, a ordem é diferente.
É bom ter a seguinte ordem quando é um livro:
SOBRENOME do Autor, nome e outros autores. Dê dois espaços e entre com a edição no caso de não ser a 1ª. Segue o  título do livro em destaque (negrito ou sublinhado).
LAKATOS, Eva Maria & MARCONI, Marina de Andrade.  2ª ed. Fundamentos de Metodologia Científica. São Paulo: Atlas,  1990.
Continuando, entra-se com o nome da cidade onde foi feita a publicação. Nome da Editora. Número da edição. Ano da publicação.
Não é obrigatório, mas pode-se acrescentar o número total de páginas do livro. É muito útil quando se quer pedir a xerox de material esgotado através do COMUT (procure saber o que é na Biblioteca de sua cidade ou Universidade).
Glossário:
Palavras Chaves: Definem o(s) tema(s) do artigo. Pode-se usar até 5.



quarta-feira, 10 de julho de 2013

EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

O QUE É SABER NA SOCIEDADE DO CONHECIMENTO ?




O QUE É SABER LER NA SOCIEDADE DO CONHECIMENTO?
                                                                                        Texto de Jayme T. Filho
·       Qual a importância do ato de ler nos dias atuais?
·       Qual o valor que  o “saber ler” agrega na nossa vida pessoal e profissional?
·       O que é “saber ler” na "sociedade do conhecimento"?
·       Seremos ainda capazes de "ler" , quando textos são cada vez mais "hipertextos" e os contextos cada vez mais globalizados?
·       Enfim, numa era cada vez mais de imagens, ainda faz sentido ler?
Essas questões estão presentes na ideia de "sociedade do conhecimento".
A ONU emprega um conceito de "analfabetismo" que vem ao encontro dessas questões.O "iletrado" (ou analfabeto) não é aquele que simplesmente não sabe ler e escrever,mas sim,  aquele que não domina a sua linguagem, o seu idioma, o suficiente para:
1.     ler os manuais  de funcionamento das ferramentas de seu ofício, e entender suas instruções e ,assim poder atuar como trabalhador produtivo.
2.      entender seus direitos e deveres na sociedade em que vive, e  viver como cidadão.

Nessa visão, o "saber ler" na sociedade do conhecimento em que vivemos é poder se posicionar no mercado de "trabalhadores do conhecimento" e garantir conscientemente seus direitos políticos numa sociedade interconectada.      O acesso a esse mercado de trabalho e a essa rede de relações já é em si um problema, principalmente nos países periféricos. Mas a decifração dos conteúdos que fluem nessa rede global passa pelo domínio de uma nova linguagem (não apenas o Português ou o Inglês), instrumentada por novas ferramentas (que não mais só a do lápis e papel) e construída com novas técnicas (já de hipertexto, e não mais apenas do fraseado linear).
Adilson Citelli in: (O Texto Argumentativo, São Paulo: Editora Scipione, 1994) defende que as palavras se tornam ações com objetivos práticos. A linguagem assim seria uma forma de ação.Para Cittelli, em sociedades abertas , em regimes não-ditatoriais, a luta entre interesses de diferentes indivíduos, grupos e classes se dá também pelo uso da linguagem argumentativa. Daí podermos depreender que saber perguntar e saber argumentar ajudam, em certo nível, a defender os próprios interesses, a própria cidadania. Os discursos, os argumentos e as respostas podem igualmente esclarecer ou confundir, explicar ou mascarar, libertar ou oprimir.
Será ainda verdade que dominar a linguagem é dominar o mundo?
Num artigo apresentado no Congresso Brasileiro de Leitura, em 1981, Paulo Freire defendia a importância da compreensão crítica do ato de ler, que para ele não se esgota na decodificação pura da palavra escrita, "mas que se antecipa e se alonga na inteligência do mundo" (A Importância do Ato de Ler, São Paulo: Editora Cortez, 1999, 38a. edição). Para Freire, a leitura do mundo precede a leitura da palavra, e por isso a leitura da palavra não pode prescindir da contínua leitura do mundo. Para "saber ler" é preciso então perceber as relações entre texto e contexto.
Mas, quando é mesmo que desenvolvemos esse "saber ler"?
 Em "O Desaparecimento da Infância" (Rio de Janeiro: Graphia, 1999), Neil Postman mostra que a infância, da forma como a conhecemos, não existiu sempre e talvez esteja desaparecendo. O lugar no tempo de vida reservado ao aprendizado da complexa simbologia necessária ao entendimento do mundo - a infância - está sendo substituído, reduzido, tornado obsoleto. A cada geração, ou menos, as crianças dominam mais cedo os códigos dos adultos. Se antes eram necessários vários anos de "educação" para dar acesso a uma pessoa ao acervo cultural da sociedade, hoje esse acervo é cada vez mais acessível - em várias formas simplificadas, mediadas, "hiperlinkadas" - às pessoas em idades cada vez mais precoces.Postman não está sozinho em chamar a atenção para os impactos da mídia na educação e das transformações sociais que vem provocando.
 Giovanni Sartori (Homo Videns: Televisão e Pós-pensamento, Lisboa: Terramar, 1999) argumenta que estamos imersos em um universo multimídia - televisão, Internet, etc. - caracterizado pelo "telever" e pelo "videoviver".
 Para Sartori, estamos nos transformando de Homo Sapiens, produto da cultura escrita, em Homo Videns, num mundo em que a palavra é destronada pela imagem.
 E mais: a "videocriança" está sendo criada pelo telever, à frente da TV ou do PC, ainda antes de saber ler e escrever.
 

terça-feira, 9 de julho de 2013

EAD:DEMOCRATIZAÇÃO OU MASSIFICAÇÃO DO ENSINO ?




                                                                                                                      Marli Sarcinelli Capp
Este artigo é um convite para  uma reflexão sobre as formas de  se garantir que a utilização de tecnologias avançadas venham a contribuir para a individualização do ensino à distância e para a formação de profissionais competentes, críticos e criativos, fugindo à padronização e à massificação do ensino.

   

               
Através de uma breve retrospectiva histórica  da evolução da EAD no Brasil, fica  evidenciada a importante contribuição das novas tecnologias, como mediadoras pedagógicas, nessa modalidade de ensino. Estabelecendo-se como marco inicial o “Ensino por Correspondência”,  destaca-se atualmente, o grande impacto dos veículos educativos, entre eles o rádio, a televisão, o vídeo, os Sistemas Integrados (microondas, satélites, cabo) e da informática (Software, CD-Rom), chegando-se à Escola Virtual, que se utiliza principalmente da Internet, podendo-se afirmar, com certeza, que a velocidade vertiginosa dos avanços tecnológicos e das ciências do conhecimento, nas últimas décadas, elevou o potencial de expansão da EAD.
A principal inovação das últimas décadas na área da educação, foi a criação , a implantação e o aperfeiçoamento de uma nova geração de sistemas de EAD, que começaram a abrir possibilidades de se promover oportunidades educacionais para grandes contingentes populacionais não mais somente a partir de critérios quantitativos, mas principalmente a partir de noções de qualidade, flexibilidade,liberdade e crítica. (JUSTE,  1998, p.13)

O impacto causado por essa  revolução no processo ensino-aprendizagem provocou reações diversas nos educadores. Para alguns, seria a forma de se ampliar as oportunidades educacionais e a via mais rápida para a democratização do ensino. Outros consideraram a EAD como  uma forma de educação de massa, que  levaria à padronização dos conhecimentos sem que houvesse flexibilidade na sua mediação, seja propiciando formas de interagir com o material instrucional, seja atendendo aos  interesses e necessidades individuais.
 As questões  que constituíram a base  deste estudo, foram:
-       qual a contribuição da EAD para a democratização do ensino;
-       que papel as novas tecnologias podem desempenhar na mediação pedagógica da EAD;
-       até que ponto é possível fugir à massificação, na capacitação dos recursos humanos de que o país necessita, através da EAD;
-       em que medidas as duas correntes podem ser aceitas sem maiores restrições?
As conclusões foram as seguintes:
  •       a EAD  é um  recurso de inegável importância para  a democratização do ensino, porque  pode  atender a grandes contingentes de alunos, de forma mais efetiva  que outras modalidades e sem riscos de se reduzir a qualidade dos serviços  oferecidos, em decorrência da ampliação da clientela atendida;
  •     as novas tecnologias  são facilitadoras do acesso à informação.

 Scriven ( 1991), afirma  que a informação não é  educação, mas o conhecimento se firma na informação. Através dos diversos recursos tecnológicos, o aluno gerencia o seu aprender e tem acesso a um maior número de informações. 
É preciso, porém, muito cuidado com a  supervalorização, com seu emprego exclusivo, uma vez que, o Brasil  é um país de  grandes contrastes considerando-se a vasta extensão do território brasileiro. Em muitas regiões ainda é  impossível o uso exclusivo das novas tecnologias e  é bom lembrar   que elas não substituem o professor e nem podem ser consideradas como a única forma de mediação pedagógica;
  •   uma das grandes vantagens da EAD é a possibilidade de atender as diferenças individuais. 
  •       A   massificação não ocorrerá  quando em seu planejamento for previsto: a diversidade regional, o seu longo alcance; o uso de metodologia  e equipamentos adequados; uma tutoria qualificada e comprometida; material didático que  atenda às necessidades dos cursos oferecidos e  uma proposta político-pedagógica coerente. 
  •        É importante  ainda, registrar que  massificar não é oferecer  qualquer tipo de ensino. É oportunizar o aprimoramento, a capacitação, a atualização e a escolarização a um maior número de pessoas, com menor custo, uma vez que a quantidade de clientela atendida, faz com que os altos custos iniciais, para sua  implantação, sejam reduzidos;      não existe aceitação total, sem restrições, em questões educacionais.
  •      Sempre haverá divergências de opiniões. Essas divergências são pontuais, mas começa-se a chegar a um conjunto relativamente homogêneo de características que acabam por conceituar a EAD e dar-lhe uma dimensão prática adaptada aos dias atuais e às demandas por universalização de processos de ensino.

Democratizar é oferecer oportunidades iguais  a todos.
Massificar é oferecer a todos qualquer tipo de ensino.



A importância do Maravilhoso na Literatura Infantil

   

    Em seus primórdios, a Literatura foi essencialmente fantástica. Nessa época era inacessível à humanidade o conhecimento científico dos fenômenos da vida natural ou humana, assim sendo o pensamento mágico dominava em lugar da lógica que conhecemos.  A essa fase mágica, e já revelando preocupação crítica às relações humanas ao nível do social, correspondem as fábulas. Compreende-se, pois, porque essa literatura arcaica acabou se transformando em Literatura Infantil: a natureza mágica de sua matéria atrai espontaneamente as crianças.       A literatura fantasista foi a forma privilegiada da Literatura Infantil, desde seus primórdios (sec. VII), até a entrada do Romantismo, quando o maravilhoso dos contos populares é definitivamente incorporado ao seu acervo (pelo trabalho dos Irmãos Grimm, na Alemanha; de Hans Christian Andersen, na Dinamarca; Garret e Herculano em  Portugal;etc.)                                    
Considera-se como Maravilhoso todas as situações que ocorrem fora do nosso entendimento da dicotomia espaço/tempo ou realizada em local vago ou indeterminado na terra. Tais fenômenos não obedecem as leis naturais que regem o planeta. O Maravilhoso sempre foi e continua sendo um dos elementos mais importantes na literatura destinada à crianças. 
      Através do prazer ou das emoções que as estórias lhes proporcionam, o simbolismo que está implícito nas tramas e personagens vai agir em seu inconsciente, atuando pouco a pouco para ajudar a resolver os conflitos interiores normais nessa fase da vida.
      A Psicanálise afirma que os significados simbólicos dos contos maravilhosos estão ligados aos eternos dilemas que o homem enfrenta ao longo de seu amadurecimento emocional. É durante essa fase que surge a necessidade da criança em defender sua vontade e sua independência em relação ao poder dos pais ou à rivalidade com os irmãos ou amigos.
     É nesse sentido que a Literatura Infantil e, principalmente, os contos de fadas podem ser decisivos para a formação da criança em relação a si mesma e ao mundo à sua volta.
      O maniqueísmo que divide as personagens em boas e más, belas ou feias, poderosas ou fracas, etc. facilita criança a compreensão de certos valores básicos da conduta humana ou convívio social.
       Tal dicotomia, se transmitida através de uma linguagem simbólica, e durante a infância, não será prejudicial à formação de sua consciência ética.
         O que as crianças encontram nos contos de fadas são, na verdade, categorias de valor que são perenes.
 O que muda é apenas o conteúdo rotulado de bom ou mau, certo ou errado.
         Lembra a Psicanálise, que a criança é levada a se identificar com o herói bom e belo, não devido à sua bondade ou beleza, mas por sentir nele a própria personificação de seus problemas infantis: seu inconsciente desejo de bondade e beleza e, principalmente, sua necessidade de segurança e proteção.
      Pode assim superar o medo que a inibe e enfrentar os perigos e ameaças que sente à sua volta, podendo alcançar gradativamente o equilíbrio adulto.

     A área do Maravilhoso, da fábula, dos mitos e das lendas tem linguagem metafórica que se comunica facilmente com o pensamento mágico, natural das crianças.
    Segundo a Psicanálise, os significados simbólicos dos contos maravilhosos estão ligados aos eternos dilemas que o homem enfrenta ao longo de seu amadurecimento emocional.

Para citar este artigo copie as linhas abaixo:
CRISTIANE MADANÊLO DE OLIVEIRA. A IMPORTÂNCIA DO MARAVILHOSO NA LITERATURA INFANTIL [online]
Disponível na internet via WWW URL: http://www.graudez.com.br/litinf/marav.htm
Capturado em 4/3/3905 

A DESCONSTRUÇÃO DO MEDO DE BRUXA NA LITERATURA INFANTIL CONTEMPORÂNEA




           Em minhas reminiscências de infância, a imagem da bruxa era sempre apavorante.
Sua caracterização física auxiliava sobremaneira na construção do medo diante dessa figura feminina que, muitas vezes, era usada até por pais como elemento ameaçador a fim de disciplinar as crianças.
           Cresci ouvindo a descrição da bruxa da história de João e Maria, senhora de feições grotescas afeita à antropofagia. Esse ser aterrorizante que comia criancinhas merecia mesmo tão duro castigo aplicado por João e Maria.
           Isso sem falar da madrasta da Branca de Neve que personifica essa maldade de bruxa a fim de castigar a enteada por sua beleza. Associado a essas imagens, surge o adjetivo bruxa, como caracterizador de mulher feia e megera.
          Essa visão da bruxa passou por transformações e, atualmente, percebe-se a criação de bruxas que agem eventualmente com bondade ou, por vezes, portam-se como fadas.
          Foi diante dessas inquietações que surgiu a temática deste ensaio, a fim de investigar como se situa a imagem da bruxa nos dias de hoje. Para tanto, partirei inicialmente de uma abordagem psicológica do que representa o medo de bruxa. Desejo e medo são elementos fundamentais para a evolução dos seres humanos, uma vez que temos medo do que desejamos e desejamos o que nos faz medo.
          Na evolução humana, esses temores devem ser enfrentados, sob a pena de surgirem patologias. O medo de bruxa pode ser relacionado a dois degraus da escada do desejo e do medo proposta pelo psicólogo Jean-Yves Leloup: medo da separação e medo de ser rejeitado pela sociedade.
         As crianças tem medo de se separar da mãe (ou pessoa que represente este papel) e perder a garantia de segurança e proteção. Essa figura materna é vista com ternura e cercada de atributos positivos. Entretanto algumas vezes, a criança é contrariada em suas vontades exatamente por essa pessoa.
         Instaura-se, assim, o dilema infantil: como sentir raiva de alguém tão amado sem ferir-lhe os sentimentos e perdê-la? Manifesta-se a necessidade de dividir a figura materna em duas partes que corresponderiam à fada, vertente positiva, e a bruxa, lado negativo. Com essa cisão, a bruxa concentra em si a maldade e, por isso, pode ser odiada e castigada numa atitude de enfrentamento por parte da criança.
              A bruxa, para vivificar esses desejos de vingança infantil, tem de corresponder a um ser detestável. Daí nasce a imagem de uma ardilosa senhora, de certa idade, que se veste em tons escuros e sombrios, sendo geralmente descrita como fisicamente fora do padrão de beleza social.
             A maldade precisa ser sua característica mais marcante a fim de justificar tamanho ódio a ela direcionado pelo personagem principal das histórias. Desta maneira, a dissociação de bem (fada-mãe-protetora) e mal (bruxa-mãe/madrasta-malvada) facilita a superação do medo da separação materna.
            O desejo de corresponder a uma imagem de "homem de bem" ou "mulher de bem" gera a preocupação com o chamado imago social. Desse desejo de corresponder a uma imagem social de “bem”, surge um medo de ser rejeitado pelo grupo e de ser diferente.
            A sombra, na conceituação proposta por Jung, contém os aspectos ocultos, reprimidos e desfavoráveis do homem. Para ultrapassar a limitação, o ego entra em conflito com esta sombra a fim de enfrentar a não aceitação de características pessoais socialmente mal vistas.
           A necessidade de enfrentar a própria sombra é tematizada pela literatura infantil de diversas maneiras, dentre elas através das bruxas. Elas simbolizam a força perversa do poder. Por muito tempo, foram personificadas através de um estereótipo grotesco, a fim de impactar e causar horror.
           O herói precisa reconhecer a existência da sombra e a batalha travada para vencer o poder da bruxa representa o triunfo do ego sobre essas tendências negativistas.
          Segundo a psicanálise, o maniqueísmo que divide as personagens facilita a compreensão de valores básicos da conduta humana e do difícil convívio social.
Se essa dicotomia for transmitida através de uma linguagem simbólica durante a infância, não prejudica a formação de sua consciência ética.
          A criança identifica-se com os heróis do mundo maravilhoso, sendo assim levada a resolver, inconscientemente, sua situação pessoal. Dessa forma, consegue enfrentar e superar o medo presente à sua volta e pode, gradativamente, alcançar o equilíbrio na fase adulta.
           A literatura infantil contemporânea convive com um sério problema: de que maneira apresentar ao público infantil esse lado pavoroso da “sombra do homem” tão presente na vida moderna?
           Será que essa polarização de bem e mal é o melhor caminho ou seria mais adequado mostrar a relatividade das coisas e as ambiguidades das pessoas?
           A ética maniqueísta que separa nitidamente bem de mal, certo de errado, vem perdendo espaço. Em seu lugar, está presente uma ética relativista em que o mal aparente revela-se em bem ou resulta em algo certo. Essas transformações podem ser bem observadas diante da mudança no emprego de outra categoria de personagem que é a transfiguração de uma realidade humana.
            A visão maniqueísta da bruxa apresenta-a como uma personagem-tipo ou plana que é estereotipada. Essa personagem corresponde a um procedimento padrão de maldade que nunca muda suas ações ou reações, sendo sempre má.
            Em consequência de uma nova visão de mundo, os escritores passaram a privilegiar personagens que sejam condizentes com essa relativização de conceitos. Essa dimensão ambígua do homem ganha forma através da personagem-individualidade, típica da ficção contemporânea. Esse tipo de personagem não pode ser rotulado como sendo bom ou mau, ele passa a “estar” bom ou mau diante diferenciadas situações.
            Apesar das críticas recebidas pela ética relativista, ela mostra-se cada vez mais presente nas histórias infantis. Aqui a bruxa torna-se um elemento bastante representativo para uma observação da desconstrução da imagem de maldade da bruxa, inclusive com um trabalho de identificação do leitor com ela.
            Como exemplos de bruxas nessa concepção de personagem-individualidade, observei algumas produções infantis brasileiras. Encontrei manuais para entender melhor as bruxas com vestimenta, acessórios, formas de agir etc.
            Bartolomeu Campos de Queirós mostra as sutilezas do lado bruxa da vida em Onde tem bruxa tem fada. Eva Furnari apresenta uma bruxa atrapalhada, bem próxima à realidade infantil, bem como a personagem Bruxa Onilda em suas viagens.
Como não poderia abordar várias obras, selecionei duas como representativas dessa nova bruxa: a peça A Bruxinha que era boa, de Maria Clara Machado e Uxa - ora fada ora bruxa de Sylvia Orthof. Logo, pelo título Maria Clara rompe com esse paradigma de maldade relacionada às bruxas. Na verdade, a bruxa/feiticeira era um elemento importante em diversas culturas, como por exemplo, a céltica.
           Com a difusão da fé católica, ela adquiriu essa carga pejorativa. Diante da figura próxima ao demônio, os fiéis temiam as bruxas e, principalmente durante a Santa Inquisição, queimavam-nas em praça pública.
            Na peça, há seis bruxas, sendo uma a chefe das demais que são aprendizes prestes a realizar seus exames finais diante do temido Bruxo Belzebu, sua Ruindade Suprema. Subliminarmente, questiona-se o poder da dominação do Grande Bruxo e o medo que as outras sentem de contrariá-lo de alguma maneira. A Bruxinha Ângela, cujo nome sugere referência a anjo, é diferente das outras em seu comportamento e até fisicamente (típico Patinho Feio). Ela tem movimentos elegantes, risos ao invés de estridentes gargalhadas, rostinho angelical e cabelos estranhamente louros. Ela não apresenta o estereótipo da bruxa e não é de sua natureza fazer maldades. Em certa parte da história, o Grande Bruxo convoca as bruxinhas aprendizes para fazer maldades, pois só se veem bruxas falsificadas, segundo ele.
            O primeiro alvo é Pedrinho, jovem lenhador, que acaba achando aquela Bruxinha diferente e até questiona se ela não é uma fada disfarçada. Com o auxílio dele, Ângela consegue não ficar presa numa torre que seria o castigo por não fazer as maldades típicas de uma bruxa.
            Já Sylvia Orthof traz o humor para sua história ao contar as desventuras da baixinha e gordinha Uxa que, sendo bruxa, resolve dar uma de fada algumas vezes. Para desempenhar esse papel, ela tem de mudar o visual e coloca peruca loura e chapéu de fada. Como para uma bruxa é difícil fazer caridade; ela, na tentativa de ser boa, acaba criando diversas confusões.
             Depois de seus equívocos como fada, a varinha vira vassoura e ela diz que se cansou de ser tão boa... E loura. Ela descobre que pratica mesmo o que chama de “maldade beleza pura” e ajuda diversas pessoas. Num real afastamento da imagem de medo em relação à bruxa, a autora apresenta Uxa através de um narrador que se diz amigo dela. Para finalizar e atualizar esse referencial da bruxa, ela se apaixona perdidamente por um moderno computador.
            Encerro, portanto, este ensaio com a certeza de que a imagem da bruxa, atualmente, não é mais apavorante e que inspira medo. Pelo contrário, multiplicam-se os sítios na grande rede de computadores que registram como fazer bruxarias e afirmam categoricamente as boas intenções das bruxas.
           A literatura infantil está desempenhando este papel de mostrar a relativização dos conceitos de bem e mal em toda a sua ambigüidade humana.
            Ficam aqui como fecho duas frases; uma do narrador da história de Uxa, complementada pelas palavras finais de Iêda de Oliveira em Bruxa e Fada Menina Encantada:
“(...) sei não, eu acho Uxa muito parecida com muita gente!”
 “Quando se zanga, vira bruxa / Quando ama, vira fada.”.

Referências Bibliográficas
BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fadas. 14. Ed. São Paulo: Paz e Terra, 2000.
CHEVALIER, Jean e GHEERBRANT, Alain. Dictionanaire des Symboles. Paris, Seghers et Jupiter, 1969.
LELOUP, Jean-Yves. Caminhos da realização dos medos do eu ao mergulho no Ser. 10ª ed. Petrópolis: Editora Vozes, 2001.
COELHO, Nelly Novaes. Literatura Infantil - Teoria - Análise - Didática. 5ª ed. São Paulo: Ática, 1991.
MACHADO, Maria Clara. A Bruxinha que era boa. In: Teatro I. 12ª ed. Rio de Janeiro: Agir, 1987.
ORTHOF, Sylvia. Uxa - ora fada, ora bruxa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.


A CARTA E O ÍNDIO



                            
TEXTO INTERESSANTE PARA AULA DE COMUNICAÇÃO
PODERÁ SER USADO PARA APRESENTAR CARTA, BILHETE E, ABORDAR AS DIFICULDADES EM SE DESCONHECER AS FORMAS DE COMUNICAÇÃO.
A CARTA E O ÍNDIO                                                         

Um fazendeiro incumbiu a um índio, ainda não de todo civilizado que fosse levar dez belas frutas a um amigo. Sobre elas colocou uma carta.
No caminho o índio teve vontade de comer uma das frutas. E não se conteve: comeu-a!
Ao receber o presente, o amigo do fazendeiro disse ao índio:
O amigo: - Você comeu uma das frutas?
O Índio: - Eu?
O Amigo: - Sim. Esta faltando uma.
O Índio: - Como é que o senhor sabe?
O Amigo: - Ora, essa! Pela carta.
O Narrador:
O Índio não tinha a menor ideia de como a gente pode registrar as ideias pela escrita, e desse modo transmiti-las aos outros.
Por isso, olhou com admiração a folha de papel que o outro lhe exibia e disse:O Índio: - Ah! Isso conta o que a gente faz?... Eu não sabia!
O Narrador: Uma semana depois, o índio foi de novo encarregado de levar um cesto de frutas ao mesmo homem. Levava também uma carta.
No meio do caminho, pousou a cesta no chão e, pegando na carta, disse:
O Índio: - Deixe estar, bicho mexeriqueiro, contador do que a gente faz! Agora você não há de ver o que vou fazer para contar aos outros!
O Narrador: Dito isto, sentou-se sobre o envelope.
Comeu três das frutas e atirou longe as cascas e os caroços.
Então, levantou-se, pôs a carta no lugar e continuou no caminho.
Mas coitado! Mal chega a casa do amigo do fazendeiro, o mesmo lhe pergunta:
O Amigo: - Então... estavam boas as frutas?
O Índio: – Não sei, não senhor!
O Amigo: - Como, não sabe?... Pois comeu três delas?
O Narrador: Vendo-se apanhado em falta, o índio muito sem jeito, confessou:
O Índio: - Comi sim senhor. O Senhor me desculpe... Mas... eu só queria saber como foi que o senhor descobriu...
O Amigo: - E boa! Pela Carta!
O Índio: - Não pode ser não senhor! Esta brincando comigo, porque desta vez eu me sentei em cima dela e ela não viu nada...
O Narrador: O homem sorriu daquela simplicidade, e o índio pôs-se a pensar no caso. Embora não compreendendo tudo perfeitamente começou a perceber que os sinais escritos deviam servir para transmitir um recado.

Viana, Francisco – adaptação de Altino Martinez,
Leitura Teatralizada. São Paulo, Ed. Clássico Cientifica, s.d. p. 67-8

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM – uma tarefa necessária


A  Avaliação da Aprendizagem é um trabalho   necessário e permanente na atividade docente e precisa acompanhar o processo de ensino-aprendizagem.
         Através da avaliação, os resultados são comparados com os objetivos iniciais elaborados, para  se averiguar  avanços e retrocessos, dificuldades  e  assim, reorientar o trabalho com as correções que se fizerem  necessárias.
         Portanto, a avaliação  é  uma reflexão do nível de qualidade do trabalho escolar tanto docente quanto discente.  
         As informações coletadas no decorrer desse processo são interpretadas  em relação ao padrão de desempenho  expressos em juízos de valor acerca do aproveitamento escolar.
       Considerada complexa, a avaliação  não se restringe a  realização de provas e atribuição de notas, pois a mensuração  proporciona  dados que devem ser submetidos a uma apreciação quantitativo\qualitativa e a avaliação cumpre funções  didático-pedagógicas, de diagnóstico  e  controle.
         Cipriano Carlos Luckesi  alega que  a avaliação é uma apreciação qualitativa sobre  dados relevantes do processo de ensino- aprendizagem.
Os dados relevantes se referem às várias revelações  das circunstâncias didáticas, nas quais  professor e  alunos estão empenhados em atingir os objetivos do ensino.
A análise qualitativa desses dados, através  de provas, exercícios, retornos dos alunos, realização de tarefas, etc., permite uma tomada de decisão. Ele afirma  ainda, que se pode  definir a avaliação escolar como um componente do processo de ensino, que visa através da verificação e qualificação dos resultados obtidos, determinar a correspondência  desses, com os objetivos propostos e, daí, reorientar  a tomada de decisões em relação às atividades didáticas posteriores.
      São considerada tarefas de avaliação: a verificação, a qualificação e a apreciação qualitativa. A verificação consiste na coleta os dados sobre o aproveitamento dos alunos, através de provas, exercícios e tarefas ou de meios auxiliares, como observação de desempenho, entrevistas, etc.
A qualificação é a  comprovação dos resultados alcançados em relação aos objetivos e, conforme o caso, atribuição de notas ou conceitos.
A apreciação qualitativa, que é a  avaliação propriamente dita,  refere-se a padrões do desempenho esperados.
         Segundo o autor, a avaliação escolar cumpre pelo menos três funções: pedagógico-didática, de diagnóstico e de controle.
              A função pedagógico-didática  se refere ao papel da avaliação  no cumprimento dos objetivos gerais   e específicos da educação escolar.
Ao se comprovar sistematicamente os resultados do processo de ensino- aprendizagem evidencia-se ou não o atendimento  das finalidades sociais do ensino, de preparação  dos alunos para enfrentarem as exigências da sociedade, de inseri-los no processo global de transformação  social e de propiciar  meios culturais de participação ativa nas diversas esferas da vida social. Ao mesmo tempo, que favorece uma atitude mais responsável do aluno em relação ao estudo, assumindo-o como um dever social.
Cumprindo sua função didática, a avaliação contribui para a assimilação e fixação, pois a correção dos erros cometidos e habilidades e, desta forma,  o desenvolvimento das capacidades cognoscitivas.
            A função de diagnóstico permite identificar progressos e dificuldades dos alunos e a atuação do professor que, por sua vez, determinam modificações do processo de ensino para melhor cumprir as exigências dos objetivos. Na pratica escolar cotidiana, a função de diagnóstico é  mais importante porque é a que dá sentido pedagógico à função pedagógico-didática e a que dá sentido pedagógico à função  de controle. A avaliação diagnóstica  ocorre no início, durante e no final do desenvolvimento das aulas ou unidades didáticas. No inicio, verificam-se as condições prévias dos alunos de modo a prepará-los para o estudo da matéria nova. Essa etapa inicial é de sondagem de conhecimentos e de experiências já disponíveis bem como de provimento dos pré-requisitos para a sequencia  da unidade didática. Durante o processo de transmissão e assimilação e feito o acompanhamento do progresso dos alunos ,apreciando os resultados , corrigindo falhas , esclarecendo duvidas , estimulando-os a continuarem  trabalhando ate que alcancem resultados positivos.   Ao mesmo tempo, essa avaliação fornece ao professor, informações sobre como ele  está  conduzindo o seu  trabalho: andamento da matéria, adequação de método  e materiais, comunicação com os alunos, adequabilidade da sua linguagem etc.
      Finalmente, é necessário avaliar os resultados da aprendizagem no final  de uma unidade didática, do bimestre ou do ano letivo. A avaliação global de um determinado período de trabalho também cumpre a função de realimentação do processo de ensino.
             A função de controle se refere aos meios e à freqüência das verificações  e de qualificação dos resultados escolares, possibilitando  o diagnostico das situações  didáticas.       Há um controle  sistemático e continuo que ocorre no processo de interação  professor-alunos no decorrer das aulas, através de uma variedade de atividades, que permite ao professor observar como os alunos estão  conduzindo-se na assimilação  de conhecimentos e  habilidade e no desenvolvimento das capacidades mentais.
Nesse caso, não se deve quantificar os resultados. O controle parcial e final se refere  a verificações efetuadas durante o bimestre\trimestre, no final do semestre ou ano letivo, caso a escola determine o exame final.

Segundo o autor, essas funções atuam de forma interdependente, não podendo ser consideradas isoladamente. 

domingo, 7 de julho de 2013

A IMPORTÂNCIA DA INTEGRAÇÃO FAMÍLIA X ESCOLA X COMUNIDADE

PROJETO Nº  1- INTEGRAÇÃO ESCOLA COMUNIDADE
FAMÍLIA NA ESCOLA: A PARTICIPAÇÃO QUE FAZ A DIFERENÇA
Educar é semear com sabedoria e colher com paciência.
”(Augusto Cury)
A PARTICIPAÇÃO QUE FAZ A DIFERENÇA 
 Introdução : O projeto Família na Escola: a participação que faz a diferença faz-se necessário uma vez que é a família a maior aliada da Escola. Evidenciar  a importância dessa parceira torna-se fundamental para a Direção da Escola,que vê nela a grande possibilidade de melhoria na integração com a comunidade. O mundo vive uma época que a conturbação e a desintegração dos valores são os maiores obstáculos para o ser humano. A  sociedade motiva o individualismo e o coletivo é banido.Para os poucos  sobreviventes/resistentes, é de fundamental importância um trabalho de resgate para que os pais/família se conscientizem da importância do acompanhamento familiar na vida educacional dos alunos bem como a relevância da interação entre família-escola, observando que é possível perceber que a colaboração dos pais, gestor, professores e de toda a comunidade escolar é a melhor maneira para que aconteça um ensino significativo e de qualidade e que crianças e adolescentes necessitam de apoio coletivo para que se tornem cidadãos de sucesso.Nesse sentido, percebe-se que o ponto de partida para a promoção do sucesso escolar é promover a integração entre família e escola, partilhando direitos e deveres, de forma coletiva, dinâmica e inovadora. Portanto, o projeto FAMÍLIA NA ESCOLA: A PARTICIPAÇÃO QUE FAZ A DIFERENÇA buscará demonstrar a importância da presença da família no processo de escolarização dos filhos. A construção dessa parceria muito contribuirá para o desenvolvimento de ações que favoreçam o sucesso escolar, pessoal e social dos alunos. Objetiva-se ainda, promover uma interação significativa entre pais, professores e alunos, visando oportunizar vivências que lhes possibilitem  refletir sobre o processo de desenvolvimento dos educandos, para que possam assumir o compromisso com a aprendizagem informal e formal das crianças e adolescentes, colaborando assim,  com a construção de horizontes, que terão posteriormente impactos positivos em suas vidas.
Justificativa:
      O presente Projeto tem como fim específico, abrir as portas para a participação de familiares na escola, no intuito de ajudar os alunos a terem sucesso na vida escolar e colaborar para diminuir a evasão, a repetência e a violência no contexto educacional. Nesse sentido, é importante citar Içami Tiba (1996, p.140) que diz: "O ambiente escolar deve ser de uma instituição que complemente o ambiente familiar do educando, os quais devem ser agradáveis e geradores de afetos. Os pais e a escola devem ter princípios muito próximos para o benefício do filho/aluno". Dentre as reflexões do tema aqui apresentado "O projeto Família na Escola: a participação que faz a diferença”.
Outro ponto importante que abrange este projeto é que família e escola caminhem juntas, objetivando sempre a conscientização do aluno na construção do seu conhecimento, como também da sua autonomia frente às decisões necessárias para o sucesso do ensino-aprendizagem.
                 A LDBn 9394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) quando trata da Educação deixa claro que é na família que a criança construirá valores que serão incorporados ao longo da vida e onde deverá ocorrer o primeiro processo de socialização, o que lhes permitirá traçar caminhos futuros. Inserir a família na vida da escola ampliará os conceitos formulados pelo aluno e ainda permitirá conhecer a sua cultura pessoal para que a escola possa valorizá-la. Pensando assim, há a necessidade de se estreitar laços entre a escola e aqueles que dela participam direta ou indiretamente - a família- acompanhando o desenvolvimento da criança em todo seu processo de aprendizagem e inserção social. família, presente em todas as sociedades, é um dos primeiros ambientes de socialização do indivíduo, atuando como mediadora principal dos padrões, modelos e influências culturais.[1]Como a família constitui a unidade dinâmica das relações de cunho afetivo, social e cognitivo que estão imersas nas condições materiais, históricas e culturais de um dado grupo social, ela será uma parceira a mais na busca pelo cumprimento da nossa função social e nos ajudará a cumprir a nossa meta, cada um fazendo o que lhes é de direito e não deixando todas as ações para a escola, de modo que o aluno possa se desenvolver em todos os aspectos da vida pessoal, profissional e ter sucesso, pois, nossa meta é ajudar o aluno em suas necessidades em parceria com a família.
OBJETIVO GERAL: Conscientizar e sensibilizar a importância do acompanhamento familiar na vida escolar dos educandos, bem como da integração entre família e escola, desenvolvendo um trabalho coletivo no ambiente escolar que inclua a família no processo ensino-aprendizagem, como parceira e colaboradora, no crescimento pessoal do aluno, resgatando o fortalecimento da sua auto-estima a fim de aproximá-lo dos princípios desenvolvidos na escola como: solidariedade humana; respeito; democracia; inclusão; entre outros.                                                                                              OBJETIVOS ESPECÍFICOS :
·       Promover palestras com psicólogos, com tema educar e cuidar;
·       Incentivar a participação dos pais nos eventos promovidos pela  Escola bem como nas apresentações dos alunos;
·       Reunir-se trimestralmente com pais/família para apresentar o rendimento dos alunos;
·       Reunir-se com pais e alunos de baixo rendimento;
·       Apresentar projetos desenvolvidos pela escola bem como avaliar sua eficácia;
·       Fortalecer o Conselho Educacional através da participação dos pais;
·       Divulgar o blog da U.E;
·       Divulgar as prestações de contas;
·       Motivar os pais no compromisso de acompanhar seus filhos no desempenho de ensino e aprendizagem.
·       Divulgar o Regimento e o calendário Escolar comentando sobre os dias letivos e o cumprimento da carga horária;
·       Apresentar a escola, seu funcionamento, equipe docente e funcionários para a família, para que se consiga deles a confiança no trabalho desenvolvido pela instituição;
·       Desenvolver atividades que trabalhem os valores familiares para que possam dentro do ambiente escolar e familiar perceber a importância do diálogo para a construção de valores e a resolução de conflitos;
·       Promover a integração entre família e escola, estimulando o rendimento e o comportamento escolar dos alunos;
·       Ressaltar a importância da afetividade e limites na escola e na família como fator primordial para o bom desenvolvimento do aluno;
·       Construir momentos de socialização de idéias e valores com os pais sempre pensando em quais horários serão convenientes para a família;
·       Incentivar os pais a participarem do Conselho Escolar e também a organizar uma associação de Pais e Mestres;
·       Promover o dia da família na escola.
Desenvolvimento:
·       Buscar informações sobre a vida do aluno em família, se possível anotar em fichas;
·       Através de conversas/ entrevistas, buscar resolver os conflitos;
·       Pesquisar sobre a família montando a árvore genealógica; (cada aluno fará a sua)
·       Mural com palavras mágicas que ajudam na boa convivência;
·       Dinâmica para acolher os pais em reuniões;
·       Encontros com família através de reuniões e eventos;
·       Palestras com temas relacionados à estrutura familiar atual;
·       Oficinas sobre Educação dos Filhos, artesanato, teatro, outras;
·       Exposições dos trabalhos realizados em aula;
·       Filmes que retratam temas relevantes da atualidade com enfoque nas relações familiares;
·       Promover jogos com a participação da família;
·       Eventos
·       Desenvolvimento:
·       O presente projeto será desenvolvido com as famílias dos alunos regularmente matriculados neste Estabelecimento de Ensino e contará com a participação dos pais, professores e funcionários conforme cronograma de atividades.
·       Serão utilizados Data show, livro para registro dos eventos, internet, questionários, máquina fotográfica, computadores e livros.
Metodologia:
·       Apresentar filmes sobre a família, sugeridos pelos professores;
·       Fazer mural da família (com fotos ou recortes), mostrando as diversas estruturas familiares, ressaltando a importância do amor, respeito, solidariedade, perdão, limites...;
·       Trabalhar filmes nos encontros de família que permitam a reflexão sobre os diversos tipos de família;
·       Trabalhar com dinâmicas, brincadeiras, cantigas nos encontros com os pais;
·       Perceber se na família, alguém possui alguma habilidade artística e procurar valorizá-las através de apresentações, conversas nos encontros de família;
·       Promover oficinas para que os pais possam participar da vida escolar do aluno;
·       Incentivar os familiares a participarem das oficinas.
Atividades:  Releitura de filme sobre a família;
·       Pedir para os alunos que pesquisem com seus pais e avós sobre a sua origem;
·       Recorte de revistas ou fotos da família para montar um portfólio sobre o tema;
·       Promover várias oficinas com a participação dos pais;
·       Convidar os pais para exposição dos trabalhos dos alunos
·       Origem do nome do aluno para formar a sua história;
·       Álbum do nome;
·       Promover eventos comemorativos às datas dia dos pais e das mães.
MATERIAIS
CRONOGRAMA: Março-Abril-Maio
AVALIAÇÃO: O projeto será avaliado durante a execução com a participação dos envolvidos, de forma contínua através de questionário e relatórios e divulgado no blog da Unidade Escolar e em relatórios.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICASBRASIL/MEC/CNE. Lei de            Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB9394/96. São Paulo: Paz e Terra, 1996
SEME CF. Regimento Escolar da Escola Municipal Profº Edilson Duarte
PPP – Projeto Político Pedagógico da Escola Municipal Profº Edilson Duarte





[1] (Amazonas, Damasceno, Terto & Silva, 2003; Kreppner, 1992, 2000).